Alexandre Nero voltou ao horário nobre com o remake de Vale Tudo, interpretando o inescrupuloso Marco Aurélio. O ator revive um dos vilões mais emblemáticos da teledramaturgia nacional, originalmente vivido por Reginaldo Faria em 1988. Apesar da natureza do personagem, o público nas redes sociais tem demonstrado afeto pelas tramoias do empresário corrupto.
Conhecido também por viver o Comendador José Alfredo em Império (2014), papel que lhe rendeu reconhecimento internacional, Alexandre Nero compara os dois personagens. “O Comendador, apesar de ser rico, era um homem de hábitos simples. Já Marco Aurélio é esnobe, ostenta e não se mistura com quem não lhe interessa socialmente ou financeiramente”, analisa.
Marco Aurélio é um tipo que poderia facilmente ser encontrado fora da ficção, como político ou empresário envolvido em escândalos. No entanto, AlexandreNero destaca o efeito catártico que personagens como esse têm no público. “Minha hipótese é que o vilão pode bailar. Ir além, e com isso fazer com que o público se sinta livre para imaginar”, disse.
“E o vilão provoca os desejos mais primitivos, e isso nos afeta, para o bem e para o mal, e afetar é a base do entretenimento. Quer dizer, o Marco Aurélio real, ninguém compactua. Porém, com o Marco Aurélio da ficção é possível dar risada dos absurdos”, afirmou.
Cena da “banana” ao Brasil é aguardada com ansiedade
Um dos momentos mais lembrados da versão original de Vale Tudo é a fuga de Marco Aurélio no último capítulo, quando ele embarca em um jatinho e faz um gesto de deboche ao Brasil. Alexandre Nero já se prepara para encarar a sequência, considerada um marco na história da TV. “É um símbolo que marca a teledramaturgia brasileira. A primeira novela onde o ‘Brasil mostra a tua cara’ mesmo. Não só por isso, mas pela subversão da ideia de que ‘o bem sempre vence no final’”, pontuou em conversa com O Globo.
