A Globo fechou o primeiro trimestre de 2025 com receita líquida de R$ 4,1 bilhões, um avanço de 13% em comparação com o mesmo período do ano ado. Apesar do crescimento, os custos e despesas subiram 22%, de R$ 2,8 bilhões para R$ 3,5 bilhões. Isso provocou uma queda de 20% no Ebitda, que recuou de R$ 812 milhões para R$ 647 milhões. O Ebitda é o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, usado para medir a geração de caixa operacional.
O comunicado foi assinado por Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, que destacou o impacto das recentes aquisições no desempenho financeiro. A emissora concluiu a incorporação do Telecine e comprou o controle da Eletromidia, o que elevou as receitas e, ao mesmo tempo, os custos operacionais. Segundo o executivo, a empresa mantém uma política de gestão financeira responsável e vem reduzindo despesas de produção.
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Conforme informações do Notícias da TV, a venda de publicidade continua sendo a maior fonte de receita do grupo. No trimestre, o faturamento com anunciantes cresceu R$ 400 milhões, ando de R$ 2,3 bilhões em 2024 para R$ 2,7 bilhões. Já a receita com conteúdo, que inclui Globoplay, canais pagos e vendas internacionais, subiu R$ 100 milhões, totalizando R$ 1,3 bilhão, uma variação de 9% no comparativo anual.
Embora o Globoplay tenha alcançado 1,8% da audiência total da TV em março, o crescimento da base de s não se refletiu diretamente nas receitas. A plataforma e o Premiere Play tiveram alta de 32% e 52%, respectivamente, em número de clientes. A discrepância ocorre por causa de um acordo com a Claro, firmado em 2023, que oferece o Globoplay gratuitamente nas novas s, gerando receita fixa para a Globo.
Apesar de não lucrar com cada novo da operadora, a Globo se beneficia com o aumento da base, por meio de publicidade digital. No entanto, essa receita é inferior ao valor obtido com s diretas. Segundo a reportagem, desde 2024, essa diferença afeta a performance financeira das plataformas, mesmo com o crescimento de audiência e usuários ativos.
Globo mantém lucro, mas receitas estagnam
O desempenho financeiro da Globo nos últimos anos mostra os altos e baixos do mercado. Em 2020, com a crise sanitária, o lucro foi de R$ 167,8 milhões. Em 2021, a emissora registrou um prejuízo de R$ 173,9 milhões. A recuperação ocorreu em 2022, com lucro de R$ 1,3 bilhão. Em 2023, houve queda para R$ 838,7 milhões. Já em 2024, o lucro subiu para R$ 1,99 bilhão após cortes de custos.
Mesmo com resultados positivos recentes, a Globo enfrenta um cenário de estagnação nas receitas totais. Em 2024, o faturamento foi de R$ 16,4 bilhões, praticamente igual ao de 2014, que foi de R$ 16,2 bilhões. Corrigido pela inflação medida pelo IPCA, o valor de 2014 equivaleria a R$ 28,6 bilhões no fim de 2024, o que indica perda de valor real frente às novas plataformas digitais.